Duas novas espécies de árvores frutíferas foram descobertas na Mata Atlântica

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Um grupo de sete cientistas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da Universidade Federal do Ceará (UFCE), descobriu duas novas espécies de árvores frutíferas na Mata Atlântica. As espécies, que foram chamadas de uvaia-pitanga (Eugenia delicata) e cereja-amarela-de-niterói (Eugenia superba), foram encontradas durante visitas a algumas áreas protegidas nos municípios de Niterói e Maricá, no litoral fluminense.

As amostras de coleções botânicas coletadas nessas áreas de Mata Atlântica chamaram a atenção dos pesquisadores, que suspeitaram serem novas espécies, até então não descritas pela ciência. No entanto, para ter certeza, foram necessárias mais amostras e trabalho de campo. A uvaia-pitanga tem frutos alaranjados e azedos, e o tronco de sua árvore tem cerca de 12 metros de altura. A cereja-amarela-de-niterói apresenta uma estatura maior, por volta de 15 metros de altura, com um tronco avermelhado e seus frutos são amarelados e amadurecem a partir de janeiro.

Descobertas duas novas espécies de árvores frutíferas na Mata Atlântica

Frutos da cereja-amarela-de-niterói
(Foto: Divulgação/Thiago Fernandes)

Embora as duas novas espécies estejam dentro de reservas de proteção, elas já devem ser consideradas ameaçadas de extinção, pois foram encontradas em fragmentos de florestas, em áreas de ocorrências limitadas e em pequenos números. No caso da cereja-amarela-de-niterói, foram achadas somente quatro árvores adultas. Além disso, as árvores estão sujeitas a ameaças como incêndios florestais.

No artigo científico na revista científica Kew Bulletin, em que descrevem a descoberta, os cientistas incentivam o cultivo das árvores como árvores ornamentais e frutíferas para promover sua conservação ex-situ, que significa o cultivo, no caso de plantas, fora de seu ambiente natural. As duas novas espécies pertencem ao gênero Eugenia, que possui mais de 400 espécies na flora brasileira, entre elas, pitombas, uvaias e pitangas.

 

Descobertas duas novas espécies de árvores frutíferas na Mata Atlântica

Um dos exemplares da Cereja-amarela-de-niterói: pesquisadores ficaram impressionados com sua imponência, daí o nome científico Eugenia “superba”

A Mata Atlântica é um dos maiores biomas do Brasil, mas hoje conta com somente cerca de 12% de sua área original. Entre 2020 e 2021, houve um aumento de 66% na destruição de sua vegetação em relação ao período anterior (2019 – 2020). Em apenas um ano, a perda de florestas nativas chegou a 21.642 hectares, o equivalente a mais de 20 mil campos de futebol. A descoberta dessas duas novas espécies destaca ainda mais a importância da preservação da Mata Atlântica e de sua rica biodiversidade.

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